ITAMBACURI: O VALE DAS ÁGUAS: Wallace Gomes de Moraes

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Embora vindo de uma região bem diferente em termos de costumes, clima, topografia, comida e até mesmo o jeito de falar, ao chegar em Itambacuri, deparei-me com um ambiente extremamente acolhedor e amigável.

No primeiro momento, assustou-me um pouco conviver com essas diferenças que com o passar do tempo foram por mim assimiladas, de tal sorte, que hoje já fazem parte do meu modo de viver, agir e pensar.

Além disso, Itambacuri me chamou a atenção por ter e trazer no bojo de sua história, personagens e fatos esquecidos, de um passado não muito distante, mas que têm representatividade e deveriam ser conhecidos pelos mais novos. Abandonar ou desconhecer o passado não nos permite vislumbrar um futuro.

Curioso que sou , amante da leitura e adepto do escrever, fiquei instigado em saber detalhes de uma época ,em que não pude conhecer ou conviver, já que não tinha chegado à cidade.

Essa e outras razões me impuseram a tentar compilar de forma quase pedagógica tudo isso e qual não foi meu espanto que ao recorrer aos mais velhos, aos livros e à pesquisa, muito já havia se perdido no cotidiano da vida e, portanto, sem ter como resgatar.

Louve-se a competencia e o diletantismo do mestre e escritor Serafim Angelo da Silva Pereira que dedicou grande parte de sua vida escrevendo livros e registrando fatos históricos. Segundo ele “não devemos ser saudosistas, agarrados às tradiçoes de tempos distantes. Mas a tarefa de cultuar o passado não nos exime do direito e do dever de alavancar o progresso do presente e de vislumbrar os avanços dos tempos vindouros” mesmo porque Eça de Queiroz já dizia que “só um livro é capaz de fazer a eternidade de um povo”.

Assim, deprovido de qualquer interesse maior que não seja o registro desses fatos, propus estabelecer um elo de ligação do passado com o presente, registrando alguns aspectos que julgo interessantes e que merecem  ser conhecidos e documentados, para que num futuro próximo possam servir como base de pesquisa para aqueles, que como eu, são curiosos à respeito do passado.

Outrossim, vale salientar que ao chegar nestas paragens fiquei impressionado com o volume de água que brotava das encostas que circundam o imenso vale. Em rodas de conversa não é raro ouvir dizer , quase de forma ufanista, que “se acabarem as águas de Itambacuri, acabarão as águas do mundo”. Em função disso, adveio  a razão para intitular este livro como: Itambacuri: O Vale da Águas, embora sejam abordados aspectos economicos, sociais, políticos, urbanisticos,institucionais,  enfim os mais variados temas a respeito da cidade.

Espero que tenha registrado de forma mais fidedigna possível todos os fatos e relatos, ao mesmo tempo que peço desculpas caso alguma coisa tenha sido deixada de lado. Enfim todo livro merece e deve ter uma releitura. A história é na verdade um somatório de informações que trazem à luz do presente uma descrição do passado e inexoravelmente o tempo é ingrato com as nossas lembranças e reminiscências.

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