Description
ISBN – 978-65-86338-72-0
R$ 19,90
Parafraseando Drummond: Chega mais perto e contempla os fatos. Cada um tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela sua resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: Trouxeste a chave? Esta coletânea é um convite para que o leitor possa educar o olhar, parar para pensar, olhar mais devagar, demorar nos detalhes, sentir mais devagar e girar a chave para a compreensão da complexidade do mundo.
A essência docente do autor é revelada nesta obra não só na inquietação de sujeito de reflexão e pesquisa como também na forma como faz suas abordagens, sinaliza ao leitor a possibilidade de progredir da consciência ingênua para consciência crítica, aqui compreendidas nas palavras de Álvaro Vieira Pinto, filósofo, erudito, que buscou a compreensão filosófica da realidade nacional, influenciando vários educadores, chamado, por Paulo Freire, de mestre brasileiro.
Consciência ingênua é aquela que […] não inclui em sua representação da realidade exterior e de si mesma compreensão das condições e determinantes que a fazem pensar tal como pensa. Não inclui a referência ao mundo objetivo como seu determinante fundamental. […] A consciência crítica reflete sobre si (sobre seu conteúdo), torna-se verdadeiramente autoconsciência, não pelo simples fato de chegar a ser objeto para si, e sim pelo fato de perceber seu conteúdo acompanhado de representação de seus determinantes objetivos. Estes pertencem ao mundo real, matéria, histórico, social, nacional, no qual se encontra. (VIEIRA PINTO, 1960, p.21).
Os artigos aqui apresentados oferecem uma grande oportunidade para o confronto entre a consciência ingênua e a consciência crítica, pois lançam luzes a aspectos que muitas vezes passam despercebidos, provocam reflexões para esse corajoso enfrentamento da construção de si mesmo, de sujeito com história própria.
Pensar e discutir ideias considerando o que está determinando tal fato, sua inserção histórica, social e política pode ser um exercício de consciência crítica Demo (2000) contribui com a seguinte fala: “passar fome é grande miséria, mas é miséria ainda maior não saber que, primeiro a fome é inventada e imposta, e, segundo, que para superar a fome não basta receber comida, mas é essencial ter condições de prover o próprio sustento”.
Sem impor suas reflexões como verdades absolutas, o articulista trata de questões que são imprescindíveis em nossa atualidade, quais sejam: a perversa lógica do capitalismo, consumismo, banalização do mal, ódio, radicalização ideológica, o uso das tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica significativa e ética, o poder da mídia, o descuido com o meio ambiente, a ganância dos grandes impérios, as condutas sociais racistas, xenófobas, misóginas, homofóbicas.
O mundo está repleto de respostas, mas quais foram as perguntas que geraram tais repostas? Refletir é uma resposta a que pergunta?
Luzia Neves Santana
Mestre em Educação pela Universidade Católica de Petrópolis
Supervisora Pedagógica da Escola Estadual Embaixador José Bonifácio
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