30 TEXTOS PARA OBSERVAR O COTIDIANO – Volume 2 – Francisco Fernandes Ladeira

R$ 23,00

“Antes de sermos capazes de pensarmos juntos, devemos compreender as referências básicas e aprender a pensar por nós mesmos”.

(Pierre Lévy)

Este livro apresenta a continuação da antologia de artigos que escrevi para o blog “Observando o cotidiano” – hospedado no Portal Obvious – onde produzo, frequentemente, desde meados de 2015, textos que analisam alguns dos principais acontecimentos contemporâneos e outros que abordam questões que não estão necessariamente entre os assuntos mais comentados do momento.

Fundado em 2003, o Obvious é considerado o maior portal de cultura colaborativa em língua portuguesa, com uma audiência de milhões de leitores. Sua grande quantidade de blogs contempla temáticas como cultura, criatividade, artes, letras, design, fotografia, literatura, cinema, sociedade, arquitetura, música e humor.

Conforme apontam seus editores, trata-se de “uma porta para desvendar novos territórios criativos”[1]. No Obvious escrevem autores das mais variadas tendências ideológicas, tanto à direita quanto à esquerda; garantido assim a pluralidade de posicionamentos presentes em nossa sociedade.

Os trinta textos presentes neste livro estão divididos em três capítulos: 1) Observações atemporais; 2) Observações contemporâneas; 3) Distopia Brasil: o fascismo nos trópicos.

Para uma melhor adaptação dos artigos aqui reproduzidos para o formato livro, fiz pequenas alterações em relação aos conteúdos publicados originalmente no blog “Observando o cotidiano”. Todavia, seus argumentos e ideias principais foram devidamente mantidos.

Também é importante frisar que os textos em questão possuam linguagens acessíveis e coloquiais, não se propondo, necessariamente, a profundas reflexões cientificas ou filosóficas.

O primeiro capítulo – “Observações atemporais” – aborda as seguintes temáticas: formação do povo brasileiro, eleições, fascismo no Brasil, abolição, televisão e Copa do Mundo.

O período em que escrevi os textos aqui apresentados, entre 2015 e 2022, foi marcado pela saída do armário dos vários tipos de obscurantismos existentes no Brasil. A Caixa de Pandora foi aberta[2]. Golpe de Estado, perseguições políticas, prisão arbitrária de ex-presidente, atuação tendenciosa do Judiciário, etc. Como se não bastassem os problemas humanos, ainda tivemos que enfrentar a terrível pandemia da Covid-19.

Nesse sentido, o segundo capítulo – “Observações contemporâneas” – debate o conceito de “ataque de bandeira falsa” (false flag, em inglês), o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a esquerda política no Brasil, a pandemia de Covid-19, as novas mídias, o analfabetismo político, a ascensão de ideias obscurantistas em nosso país e as situações dos negros nos Estados Unidos e no Brasil.

Fechando o livro, “Distopia Brasil: o fascismo nos trópicos” apresenta textos (alguns bem-humorados, outros nem tanto) que analisam o desastre que foi o Brasil sob o governo do presidente Jair Bolsonaro, homem público politicamente medíocre e abertamente autoritário.

Como bem apontou Rubens Casara, no essencial Bolsonaro: o mito e o sintoma, o sucesso político de Bolsonaro é produto inferior ou deformado da atividade intelectual da maioria de seus eleitores. Ele nunca possuiu, e nem precisava ter, propostas de governo, apenas ações direcionadas ao reforço de preconceitos historicamente sedimentados na sociedade.

Seus discursos sempre estiveram ligados à mentira e à deformação do pensamento. Não por acaso, a disseminação de fake news e o ataque ao conhecimento ocupam papel fundamental no bolsonarismo. O apoio a Bolsonaro também representa o apoio à concepção autoritária de Estado e a práticas racistas, sexistas e homofóbicas.

Enfim, Bolsonaro é um engodo capaz de revelar muito da sociedade brasileira[3]. De acordo com o último artigo desse livro, por um medo de um comunismo “de mentira” (PT), chegamos a um fascismo “de verdade” (Bolsonaro).


[1] OBVIOUS. O Obvious para anunciantes. Disponível em: < http://obviousmag.org/pages/anunciantes.html>. Acesso em: 24 jun. 2021.

[2] Na Grécia clássica, “Caixa de pandora” era um mito que narra a chegada da primeira mulher à Terra, que trouxe consigo a origem de todas as tragédias humanas. Vencida pela curiosidade, Pandora abriu uma caixa que liberou todos os males no mundo, mas a fechou antes que a esperança pudesse sair.

[3] CASARA, Rubens R. R. Bolsonaro: o mito e o sintoma. São Paulo: Contracorrente, 2020.

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ISBN: 978-85-8197-873-4

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