AVÓ “QUASE” NORMAL – Nina de Lima

Era uma vez uma menina que se chamava Maria. Sonhava ser bailarina e sonhava muito mais.

Um dia Maria apreendeu a compor versos e não parou mais de escrever.

Compreendeu que através dos poemas poderia dizer tudo que sentia, tudo que sonhava…

Cantou em versos o primeiro amor, em lágrimas cantou sua primeira saudade.

Já na mocidade começou a perceber a vida além de seu próprio universo e a preocupar-se com o mundo lá fora.

Seus poemas então falavam de igualdade, paz e fraternidade.

Até que um dia surpreendeu-se amando novamente.

Era com certeza, o verdadeiro, o definitivo amor!

Em prosa e versos cantou a felicidade de amar e mais tarde aprendeu a cantar lindas canções de embalar.

No corre-corre diário, na monotonia da vida, Maria foi deixando de escrever.

Até que certo dia sentiu renascer a velha chama da inspiração.

Mas qual a crisálida se transforma em multicor borboleta, percebeu que sem perceber, também se modificara.

E viu que em seus versos ainda havia muito da menina que queria ser bailarina, da jovem que desejava reformar o mundo e muito, muito mais da MULHER na qual se transformara.